terça-feira, 13 de setembro de 2011


7 Dicas para o Humor


Mytho Leal
por 
em 06/10/2007 às 13:08 | AtitudePrincipal

Eu me lembro que um dia estava andando dentro de uma livraria em São Paulo e vi um livro chamado “Como Contar Piadas e Fazer os Outros Rir”.
Meus olhos brilharam, pois quando eu era menor, era tímido ao extremo, e sentia que nunca conseguia fazer ninguém rir. Quase chorei ao pedir ao meu pai que me comprasse o dito livro.
Acabou comprando, e, sinceramente, aquela porcaria não prestou pra nada. Continuei sem graça e tímido até bem tarde quando, na adolescência, sem querer, comecei a fazer as pessoas rir. Sem intenção. Simplesmente acontecia. A fórmula era simples demais para acreditar:

1. Dizer a primeira coisa que me passasse pela cabeça.

Só isso. Alguém me fazia uma pergunta, eu respondia sem pensar e a pessoa começava a rir. Eu não tinha sequer ironia. Eram respostas malucas, ou comentários bizarros do tipo “aquela tomada parece uma bolacha Trakinas” (que, naquela época, e para aquela idade, por algum motivo desconhecido, era engraçado).
A verdade é que de vez em quando eu me descobria pensando nisso.
Enquanto seres humanos, nós aprendemos a rir. E aprendemos que é gostoso rir. Daí a necessidade de tentar reproduzir o comportamento. O problema é que riso só é gostoso quando é espontâneo. Se você começar aí a rir apenas porque eu disse que “rir é gostoso”, eu duvido que tenha muito prazer no riso, pois é forçado.
Assim, temos o riso espontâneo como um evento que nos dá prazer. Como reproduzir? Como causar em nós mesmos esse tipo de reação?
Uma mulher toma um tombo na sua frente, e cai toda desengonçada, cabelo desalinhado, sapato voa prum lado, dentadura voa pro outro, dá pra ver a calcinha com marca de freada de bicicleta, e enquanto cai ela diz “opa opa opa opa ui ui ui ui”.
Lá está você rindo. Não sabe se ajuda a coitada a levantar ou se encontra um buraco escuro e isolado para rir até às lágrimas.

2. Noção do Ridículo

Esta é a primeira coisa que nos torna capazes de nos fazer rir a nós próprios. Temos noção do ridículo. É a piada do pintinho sem cu que foi peidar e explodiu. É tão ridículo que é engraçado. Você visualiza a cena e dá vontade de rir, por ser inusitada e ridícula.

3. Consciência de si próprio

Mal temos consciência de nós próprios, somos uma fonte inesgotável de material humorístico. Daí nascem as piadas raciais, as piadas de português (hein? Não entendi..), as piadas de profissões.
Este tipo de humor explora constantemente as nossas características, com um foco essencial sobre as nossas fraquezas enquanto seres humanos.
Exemplo:
Um americano, um francês e um brasileiro num avião. O americano põe o braço pra fora do avião e diz:
- Estamos nos USA, porque quando coloquei o braço pra fora toquei na Estátua da liberdade
Diz o francês:
- Estamos na França, porque quando coloquei o braço de fora toquei na Torre Eiffel
Diz o brasileiro:
- Estamos no Brasil, porque quando coloquei o braço de fora roubaram meu relógio

4. Exploração de fraqueza

O homem tem consciência de si próprio e a capacidade de rir de seus defeitos. Isto é muito importante, pois é uma característica única.
Zacarias

5. Exagero

Por fim, o exagero completa a fórmula para uma piada. O exagero tem vários aspectos que podem ser utilizados.
O exagero pode ser fantástico, do tipo:
“O que a zebra falou pra mosca? – Você está na minha lista negra.”
Esta piada contém non-sense (ridículo) e é exagerada porque coloca os animais conversando.
O exagero pode ser inverso:
“O que a Chita disse pro Tarzan? – Nada, macaco não fala”
Nesta o exagero é a realidade. Sempre assumimos que nas piadas, os animais podem falar, as pessoas conseguem fazer coisas sobre-humanas, e objetos têm vida própria. Nesta, a realidade é levada ao exagero. Macacos não falam, então não há nada que ela possa ter dito ao Tarzan.
Kiwi

6. Surpresa

Acho que esta dispensaria explicações. A surpresa é um fator fundamental para uma piada. Quanto mais surpreendente e quanto mais o ouvinte for pego de surpresa, mais efeito surtirá a piada.
Esta é melhor falada do que escrita, mas vocês entenderão:
- Me pergunte qual é o segredo do humor!
- Qual é o segred…
- TIMING!

7. Mente aberta e cultura

Aprenda muito sobre muita coisa, e mantenha sempre a mente aberta. Muitos homens, por exemplo, conseguem ser mais engraçados quando fingem que são homossexuais. É preciso ter a mente aberta ser heterossexual e dizer em público “eu gosto de homem”, pelo bem do humor.
É também útil ter cultura geral, pois o “poço” das piadas logo se transforma em um lago, pois a sua mente poderá ir buscar material a um domínio muito maior de informações. Se você só sabe falar sobre carros, vai ter boas piadas sobre carros, mas vai morrer aí.
Veja os profissionais.
casseta-planeta
Casseta & Planeta, por exemplo. Normalmente em cada sketch deles você encontra um pouco de cada ingrediente que mencionei aqui: Ridículo, consciência de si próprio, exagero, mente aberta e cultura
É receita de bolo, e pode ser aprendido. A arte é você aprender a usar no dia-a-dia, de repente, sem qualquer tipo de preparação.
E pra isso, meu camarada, o melhor conselho que eu dou é: fala a primeira coisa que te passar pela cabeça. Sem medo.
Mytho Leal é autor convidado da Papo de Homem e nos cedeu o prazer de republicar oficialmente esse texto, que veio originalmente de seu blog chamado Você não Acreditaria.
Leia também o aclamado conto Comandante Loureiro, também escrito por Mytho.
Além de ter grande talento para a escrita, ele atualmente se encontra perdido na Europa, onde tenta ficar mais rico e atualiza seu blog diariamente.
Mytho Leal

Além de ter grande talento para a escrita, Mytho atualmente se encontra perdido na Europa, onde tenta ficar mais rico e atualiza seu blog.


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